Chegamos ao meio dia e fomos direto pro hotel. O Luciano chegou às 14 hs. O Léo estava andando cada vez menos...parece que depois que descobrimos o problema (vou tratar a doença por problema, pois não gosto das palavras doença nem câncer) a evolução foi de uma maneira assustadora. Nos encontramos com o Luciano no saguão do hotel.
Qdo vi que meu marido estava descendo daquele taxi, parece que metade do mundo tinha sido tirado dos meus ombros...ele estava abatido, olhos inchados (de tanto chorar) e seus olhos perdidos....qdo nos viu teve que segurar que o sufocava...mas os olhos não mentem....aliás, por falar em olhos, os meus, quase nem se abriam mais de tão inchados...uma olheira que me faziam lembrar aqueles ursos de óculos, de tão pretas que estavam. (vou postar uma foto no final)
O Léo já NÃO podia mais andar sozinho, mas ainda andava...porém,caia muito e tinha que se escorar o tempo todo. Subimos para o quarto....o Léo não dava tempo pro pai respirar...queria brincar..conversar, lutar....enfim, queria matar a saudade do pai e o pai dele...
Fomos almoçar e às 19 horas estávamos no consultório do médico....a turma toda...eu, Luciano, minha Mãe e o Léo.
O Médico que nos recebeu...é Livre Docente em Neuro-Cirurgia...Professor de Doutorado, aqui no Brasil, na Argentina e em Dallas- EUA..... resumindo...o cara manja do assunto. Muito simpático, solícito....atencioso....e muito, muuuuuuito observador.
Da hora que entramos ele não tirou os olhos do Léo....observou todos seus movimentos, mas a todo tempo nos explicava o que estava acontecendo.
Ele falava TODAS as possibilidades...boas e ruins...não deixava margem para dúvidas.
Eu estava meio passada...a impressão que eu tinha era de que ele estava falando outra língua...eu tinha que me esforçar pra entender.
Houve um momento que eu ainda tinha esperança de que fosse simples...e até quis mostrar o caderno de vacinação pra mostrar que ele tinha sido vacinado...eu queria mostrar que sempre tentei fazer tudo certo...que nada justificava aquela situação.
O Médico me olhou com uma cara como se dissesse: "Meu Deus, ela não tem noção da gravidade!"....o que eu realmente não tinha naquele momento...
Daí o Dr. Paulo (Ah, esqueci de mencionar...o médico chama-se Dr. Paulo Henrique Pires de Aguiar - Neuro Cirurgião responsável pela neuro-cirurgia do Hospital Albert Einstein), começou....Primeiro ele disse que só atenderia o Léo, pq o caso dele era raro...bem raro (isso que ele nem sabia qual era o tumor...que depois eu comento a respeito)...pq depois que ele tinha se tornado pai, lidar com crianças tinha se tornado mais difícil.
Um Tumor de Tronco Cerebral, da maneira que se localizava o do Léo era muuuuito difícil de acontecer....
Ele nos explicou como seria a cirurgia, o que poderia acontecer...o que NÃO poderia acontecer...Deixou bem claro que o Leonardo TINHA que ser internado na sexta feira pra começar tomar medicamentos para desidratar o tumor (afff odeio essa palavra tb). Dr. Paulo nos explicou de quanto tempo mais ou menos duraria a cirurgia e eu fiquei assustadíssima qdo ele disse que seria de 8 a 9 horas. Verificamos em qual Hospital a cirurgia seria feita....tinhamos que conciliar qualidade com plano de saúde.
Acertamos que seria o Hospital São Camilo, e no dia seguinte só teríamos que acertar a internação do Léo na sexta.
Voltamos para o hotel com uma sensação de que estávamos nas mãos certas, graças a Deus.
P´s.: Essa é foto de quando o Luciano chegou da Angola, em São Paulo....tirando o Léo (que tudo pra ele era farra e ter o pai e a mãe só pra ele estava sendo um sonho) os olhos denunciam nosso desespero.
P´s.: Não, eu não sai de olhos fechados....é que eles não abriam mais do que aquilo ali mesmo...eu fiquei parecendo um monstro...hehehehehe
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